Tente descobrir quem eu sou, te darei as coordenadas,
Descobrirás só no final, minhas facetas disfarçadas.
Pela manhã eu sou o pão, tambem sou a manteiga,
Eu sou almoço completo, trago junto a sobremesa.
A noite eu sou a janta, depois aquele café,
Eu sou a bola do jogo.
Eu sou Romário sou Pelé.
Sou quem precisa de afeto, eu sou cardapio completo.
Eu sou o pranto, sou a dor, sou alegria, sou amor.
Eu sou todo o vocabulário, sílabas , consoante, vogal.
Sou a comida do faminto, pra criança sou mingau.
Eu sou o riso dos que choram, já fui letra, numeral.
Eu sou a brisa que sopra as velas, e a mesma que as apagam tambem.
Eu sou a noite depois dos dias, eu sou de marte, eu sou o além.
Sou o consolo da viúva, a esperança da solteira,
O divorcio da casada,a roupa da lavadeira.
Da TV eu sou controle, do corpo seria o pé,
Do tenis o cardasso, da meia eu sou chulé.
Sou a pilha da lanterna, o chip do celular,
a bateria do Salgueiro, a água de todo o mar.
Eu sou a dúvida, e a resposta, a varinha de condão,
Sou o mágico de Óz, branca de neve sem anão.
Eu sou o sino que retine, o fio da instalação,
O asfalto da estrada, a agua da infiltração.
Eu sou poeira, sou sujeira, a traça da sua roupa,
Sou cabide, penteadeira, a chave do guarda roupa.
Eu sou música, letra, poesia e canção,
Sou bateria, guitarra, baixo, prato, pandeiro e violão.
Eu sou a solidão que invade o peito, a paz que traz deleito,
A tristeza que inquieta a alma, a alegria que acalma.
Sou o brilho incadescente, um diferente ingrediente,
Sou o fermento que vai no pão, sou laranja, sou limão.
Eu sou o rádio, sou o ácido, o doril e anador,
Sou coca-cola, sprite e água, anestesia que tira a dor.
Sou farmácia, a feira, o mercadinho da esquina,
Sou igreja, uma freira, o vestidinho da menina.
Eu sou o bar do bebum, o escritório do doutor,
Sou prefeitura, colégio, rodoviária e metrô.
Posso ser tudo , e não ser nada,
Posso ser cheiro sem odor.
Eu posso ser qualquer palavra,
Sou a caneta do escritor.
Ben-Hur Scheidt 08/08/2007
