Wednesday 17 September 2008

Não dê mole para o seu coração

Sabe aquela droga de sentimento que você tem de vez em quando? Aquele que você viaja, digo, viaja mesmo. Tá lá onde o judas perdeu as botas e acaba dando um jeito de chegar a um bendito lugar, pra encontrar uma tal pessoa. Vai de avião, de trem, de carroça, vai a pé ou a nado.

Tu dá um jeito no dinheiro, se pendura no cartão de crédito, troca um cheque com o cara do posto, nem que se enfie num c... de burro, só pra encontrar aquela pessoa que te faz sentir bem, e pra piorar, ela sente o mesmo. Te enche de mimo, de beijos, e faz um homem barbado com aparência de macho daqueles bem descuidados, falar com aquela "vozinha de criança" igual uma bicha loca.

P... merda! A gente diz, quando olha o extrato da conta. Mas quando estamos juntos o negócio é diferente. Você liga aquele botãozinho chamado “F...-se” e passa o cartão de crédito até em fenda de pata de camelo. E se não aceitarem teu ticket alimentação, você não hesita em chamar o cara de “Fiadaputa”.

Pois é meu amigo, isso é normal. Todo mundo tá sujeito a pegar esse vírus da paixão. A coisa é mesmo complicada, toda sem pé nem cabeça, aparece derrepente e ferra com todos seus planos. Pelo menos aqueles que você tinha pro final mês, estilo, pegar uma festinha com os amigos e xavecar algumas piriguetes.

É brother, se você tá assim, tá com o vírus. Não é o Ebola, muito menos o da gripe, também não é AIDS. Antes fosse uma daquelas fraquinhas, pelo menos você ficaria depressivo com a bunda presa em casa esperando a morte chegar, e passaria menos aflição na hora de parcelar a conta do supermercado.

Pra piorar a situação, você ainda se alegra quando fica uns 57 minutos pendurado na bosta do telefone, fazendo uma ligação pra um celular de lá do outro lado do planeta, com a tarifa DDD mais absurda do 3° mundo. Só cai a ficha quando chega a infeliz da conta, cifrada em R$351,27, que engole mais da metade da pensão que tu ganha do teu pai pra pagar a faculdade.

E pra variar a descarada da saudade, daquele jeitinho bem filha da mãe, te pede pra ligar de novo, pra ouvir a "vozinha". Sem consideração mesmo. Eu morro e não vejo tudo.

Às vezes dá mesmo é vontade de se entupir de gorduras saturadas, comer aquelas cochinhas velhas de posto de conveniência, pastel de camarão do bar da esquina, beber todo o óleo da frigideira e mandar esse tal de coração tomar bem no meio do olho dele.

Por que não é ele que paga as minhas contas, nem ele que tem que ouvir os desaforos do departamento financeiro da faculdade que tá atrasada. Então acho melhor ele se ligar, se não entro em greve de corridas, de esportes e, vou começar a me ferrar de tanto usar porcarias que aumentem meu colesterol, só desse jeito pra fazer ele - PARAR - de gastar.

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