Thursday 24 September 2009

Chuvas

Palhoça tenta controlar estragos da chuva

O município registra 15 desalojados e vários pontos estão em alerta
As fortes chuvas que atingem Santa Catarina continuam provocando danos em vários municípios. Em Palhoça quatro residências foram invadidas pela água na manhã de ontem no bairro Ponte do Imaruim. Segundo a Defesa Civil do município, a altura da água nesses locais chegou a aproximadamente 40 centímetros entre 10 horas e 11 horas. Em seguida o volume de água começou a recuar. Foram registrados quase quinze pontos de alagamentos, e em alguns bairros constataram deslizamentos de terra. A Defesa Civil prevê que as chuvas cessem até hoje de manhã. Segundo o Diretor geral da Defesa Civil, Nelson Paiva Júnior, cerca de 15 famílias do bairro Frei Damião encontram-se desalojadas em função das chuvas.

Segundo Paiva, a Defesa Civil já está monitorando os pontos que ficaram mais críticos, e três abrigos públicos já estão sendo implantados, um na comunidade do Bela Vista, outro no Caminho Novo e outro no Frei Damião. Paiva disse que se houver necessidade a Defesa Civil pode montar mais nove pontos de apoio. “Quem precisar é só procurar um dos abrigos que daremos toda assistência”, disse Paiva.
A prefeitura começou a enviar colchões para os abrigos. A preocupação maior é com os rios que estão cheios devido à alta da maré, o que não deixa dar evasão a água. Segundo a Defesa Civil a população deve ficar em estado de alerta, pois a maré alta pode devolver a água que escoa das ruas e agravar ainda mais a situação.
A Defesa Civil está levantando o relatório das áreas mais atingidas, a recomendação é que as famílias que moram nas margens dos rios e encostas, fiquem em estado de alerta e mantenha a Defesa informada sobre quaisquer mudanças bruscas.

Estado de emergência

Segundo o secretário de obras, Aroldo Heiderscheidt, ainda não há necessidade de decretar estado de emergência. “Se a chuva permanecer e a situação se agravar, aí pode ser anunciado”, informou Heiderscheidt.A Secretaria de Obras do município informou que já está fazendo a desobstrução das valas e margens dos rios além de, monitorar pequenos deslizamentos no bairro Guarda do Cubatão e Morro do Gato. As obras vão começar primeiramente nos pontos mais críticos disse o secretário.

Margens dos rios oferecem maior risco
O representante comercial Adno Bittencourt, têm 54 anos e mora há 22 na Rua Ervino Scheidt, paralela com o Rio Passa Vinte. Ele conta que toda vez que chove muito fica ilhado. “As tubulações não tem estrutura pra conter o volume da água”, comenta Bittencourt. Com a cheia dos rios, as tubulações acabam jorrando a água na rua, o que deixa alguns moradores sem ter como sair de casa.A esposa de Adno, Clarisse Bittencourt, diz que não tem como mandar os filhos para a aula em dias de muita chuva, por que a frente de sua casa fica ilhada. “Não tem como sair sem molhar os pés, nem o carro entra mais em casa, já temos que deixar nos vizinhos”, comenta a dona de casa.

Ademar Búrigo, 76 anos é o morador mais antigo da rua, e diz que os problemas não têm solução, que mesmo com as tubulações perfeitas, é começar a chover muito que fica assim. “Não é culpa da prefeitura, é coisa da natureza mesmo, não tem o que fazer, moramos colados no rio”, comenta o aposentado.

Os principais pontos atingidos

Loteamento Madri - No loteamento Madri, o muro que fica nos fundos da casa do aposentado João Clóvis, 60 anos, acabou cedendo e vindo abaixo pelo início da manhã de ontem. O muro de concreto acabou invadindo a área de serviço da casa do aposentado. A construção também servia como acesso de fundos da casa de um morador, que não pode mais utilizar a saída. O desabamento acabou rompendo as tubulações de água esgoto da moradia. Ninguém sofreu ferimentos e a situação foi controlada. Os moradores colocaram lonas para impedir que a chuva continue a causar estragos.

Caminho Novo – A Defesa Civil registrou pontos de alagamentos. Mas nenhuma residência foi tomada pelas águas. Algumas valas começarão a ser desobstruídas pela secretaria de obras ainda hoje.

Frei Damião – Segundo a Defesa Civil do município, 15 famílias do bairro encontram-se desalojadas. Um abrigo está sendo montado na comunidade. As ruas estão precárias e o canal que passa na comunidade também está cheio. Algumas residências estão completamente molhadas, a população continua em casa.

Pacheco – Pontos de alagamentos e estradas com difícil acesso. A recomendação é não utilizar acessos secundários.

Centro - No centro a situação também é precária, o rio Passa Vinte, ficou completamente cheio, levando objetos e tudo que havia nas margens pela forte correnteza. As margens inundaram e algumas casas foram atingidas. A Rua José Maria da Luz que dá principal acesso ao centro ficou completamente alagada nas extremidades da ponte do Rio Passa Vinte. Voltou a normalizar após o meio dia de ontem.

Bela Vista – No bairro as ruas de terra estão intransitáveis, houve queda de energia e deslizamentos de terra em alguns pontos.

Confira as recomendações da Defesa Civil

• Se houver granizo é aconselhável que as pessoas se protejam em lugares seguros, com boas coberturas, ao exemplo dos banheiros das residências; fechar janelas e portas; e não manusear nenhum equipamento elétrico ou telefone devido aos raios e relâmpagos.
• No caso de alagamentos, a população deve evitar o contato com as águas que podem estar contaminadas, causando doenças. Também é aconselhável não dirigir em lugares alagados.
• Moradores de áreas vulneráveis a deslizamentos precisam ficar atentos, no caso de aparecimento de fendas, depressões no terreno, rachaduras nas paredes das casas e inclinações de troncos de árvores ou postes.
• Qualquer problema deve ser comunicado à coordenadoria municipal de Defesa Civil, por meio do telefone de emergência 199, ou para o Corpo de Bombeiros, no número 193. A Defesa Civil conta com atendimento 24 horas, com equipes de prontidão para qualquer necessidade.

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